
Muito se fala sobre a eficácia que as medicações psiquiátricas nos casos tidos como depressivos. Ao mesmo tempo em que observamos um crescimento alto nos índices de diagnósticos de ansiedade e depressão. Em parte, pelo conhecimento mais acessível às pessoas, ora por parte dos profissionais, ora por influência da sociedade.
O fato que não podemos negar é que vivemos em uma sociedade que produz dores psíquicas. No sistema em que vivemos, onde a lógica mercadológica de produtividade e competição excerce muita influência sobre o comportamento das pessoas, vemos que o trabalho é parte essencial desse sistema. E toda essa lógica imposta por trás do trabalho, as desigualdades raciais e as segregações, gera dor. Independente de nomearmos depressão, ansiedade, pânico… Parece que não vivemos para nós e sim para tudo que é externo!
Nesse sentido, falar é uma possibilidade de lidar com essas dores e sofrimentos. Através da fala, fazemos elaborações e vemos as coisas de perspectivas diferentes de antes. Isso ajuda a simbolizar toda a situação, e encontrar outras formas de enfrentamento.
Em alguns casos, é claro, é essencial fazer o uso de medicação, uma vez que isso ajuda a controlar os sintomas. Mas fazer uso de medicação sem se permitir um espaço de fala, não é enfrentamento, é remediação. Como fazemos com dor de cabeça e muscular – por isso usei o termo dor, não sofrimento.
“Fazer uso de medicação sem se permitir um espaço de fala, não é enfrentamento, é remediação.”
O problema é que essa mesma sociedade que adoece, é a sociedade que não permite que as pessoas tenham espaço adequado de fala. Colocam-se profissionais que não são reconhecidos pelo Conselho de Psicologia para atuar nos postos de saúde, ou em instituições privadas, sem o mínimo de preocupação com a saúde mental da pessoa que usa aquele serviço. Ao mesmo tempo, é muito mais fácil e simples um psiquiatra receitar uma medicação com alto índice de efeitos colaterais de dois em dois meses, do que se arranjar tempo para fazer psicoterapia de forma frequente, inteirando-se do processo, com disposição para falar e enfrentar o sofrimento.
Ao mesmo tempo, nunca tivemos antes tanta informação quanto temos hoje, e isso é algo que pode nos levar além de nossa própria perspectiva. Existem profissionais que são capacitados e treinados para ouvir o sofrimento do outro. O que se requer é coragem para falar sobre suas angústias. E isso pode ser sim, muito doloroso.
Porém, é dessa escuta que a psicanálise dá conta. E, particularmente a linha psicanálitica em que baseio meu trabalho, é numa escuta acolhedora e cuidadosa, respeitando as dores e os sofrimentos do paciente.
Se você busca uma outra possibilidade de entrentar suas angústias, sejam elas depressivas, ansiosas ou de pânico, falar pode te ajudar. E eu posso te escutar.
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